sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Amamentação

Amamentar é uma das coisas mais gostosas do mundo. Saber que seu próprio corpo é capaz de nutrir e sustentar seu filho é uma sensação indescritível que só quem já passou sabe.

Nos primeiros dias é um pouco difícil. Você tem medo de não ser capaz, primeiro teme que o leite não desça, sofre ao ver seu bebê chorando e a dificuldade do colostro sair. Depois teme não suportar a dor, porque sim, os primeiros dias dóem, logo seu bico fica esfolado e ardendo.

No meu caso usei uma santa pomada dada por uma amiga e um protetor de silicone para os seios, que ao gelar dava um alívio imenso.

Passado os primeiros momentos de tormento, é só alegria!!! A sensação é mesmo maravilhosa e agora entendo quando as mães querem adiar o máximo o tempo de desmamar seus bebes.

Quando Letícia está comigo, sinto uma ligação maior do que quando estava dentro de mim. Um amor imenso, incondicional.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Os primeiros dias

Hoje é dia 9 de janeiro, e minha pequena tem apenas 4 dias de vida. Confesso que ainda estou meio desnorteada, a mudança na vida da gente é muito brusca. Enquanto ela dorme fico olhando e pensando em como Deus pode ser tão perfeito. Duas pequenas células e um ato de amor para o surgimento do ser mais complexo que já existiu. Temos idéias, pensamentos, sentimentos, necessidades físicas. Nascemos sem saber nada, na teoria, mas na prática nos mostramos pequenos seres cheios de vitalidade e instinto.

Letícia passou seu primeiro dia tranquilamente. Recebeu muitas visitas, sugou o primeiro alimento de meus seios e mostrou saber quem é a mãe dela. Ok, também soube logo quem era o pai, pois se aquietou nos braços dele de uma maneira tão aconchegante...

No entanto, a segunda noite foi um pouco mais difícil. Acredito que a pequena estava com fome e o colostro não era suficiente para sustentá-la. Chorou, chorou, fez birrinha, só ficava um pouco quieta quando estava no colo. Eu, meu marido e minha mãe nos revezamos em uma noite que não parecia ter fim. Consegui adormecer por volta das seis da manhã e quando o pediatra chegou às 9h para vê-la já estava de pé novamente. Ah... esqueci de contar como foi a primeira levantada da cama...

Então, foi bem tranqüila, não senti enjôo nem dor, apenas uma sensação de repuxar no abdômen. Tomei banho sozinha e em pé e só precisei de ajuda para me vestir porque abaixar era um pouco difícil.

Voltando a contar sobre o segundo dia da Letícia...

Depois daquela noite ela ficou a manhã de quinta-feira toda bem quietinha, só resmungando na hora de mamar. Tivemos alta do hospital na hora do almoço. Ela fez o teste da orelhinha, depois de uma certa resistência e passou com tranqüilidade. Depois foi furar a orelhinha para por os brinquinhos que tia Karina deu. Gritou um pouco, mas ficou quietinha logo.

Letícia é no geral boazinha, mas não gosta muito que fiquem mexendo nela. Chora quando toma banho na maioria das vezes, e só fica quieta se você conseguir mexer o mínimo possível nela na hora de trocar. Faz cocô o dia todo!!!

A terceira noite foi mais tranqüila que a anterior. Ela acordou apenas para mamar e deu pouco trabalho, passou a sexta-feira toda se revezando entre as mamadas, o banho e as trocas de fralda ( que são muitas). Foi um dia difícil apenas para a mamãe, que sentiu os seios muitos duros e pesados, e um certo incômodo nos pontos.

Nesta última noite, a quarta que passo com minha boneca, ela ficou um pouco mais acordada depois das mamadas, mas o pai a entreteve com um embalo gostoso. Eu acordei para amamentar e o marido se encarregou de colocá-la para dormir após as mamadas. Com isso, dormi bem melhor e me sinto mais disposta hoje. Tem hora que esqueço que operei e me movimento normalmente, aí sim, sinto umas pontadas de dor. O seio parou de doer a gora que o leite desceu e está bem mais líquido.

A recuperação da cirurgia está muito boa, exigindo apenas que eu me lembre de não fazer certos movimentos bruscamente. Aliás, tenho que aproveitar e agradecer minha mãe pelos dias que se dedicou a nós no hospital, à minha irmã enfermeira que tira todas as minhas dúvidas e economiza as ligações para o pediatra (do tipo, essa cor de cocô é normal? É normal ela mamar só isso? Etc, etc, etc) e principalmente agradecer todo o apoio, carinho e amor de meu marido, que a cada dia mostra ser um homem mais especial.

Amor, é por você que estamos vivendo este momento. E quando vejo vocês dois juntos, sua delicadeza para trocar as fraldas, sua paciência em pegá-la na hora do choro, seu sorriso quando ela abre os olhinhos e sua dedicação quando preciso de ajudar para me levantar, me vestir e outras coisas. Te amo muito!!!

Hora de nascer

Como se sabe a hora que o bebê vai nascer? Acredito que muitas mães perguntam isso a cada consulta para o médico. No entanto, talvez dentro delas, já saibam quando o dia vai chegar. Eu por exemplo, fui para a consulta do dia 4, certa de que sairia de lá com alguma informação diferente. Minha intenção era esperar o parto natural, mas algo me dizia que Letícia viria ao mundo um pouco antes. Minha sensação se confirmou.

Após os exames, o médico sugeriu que fizéssemos o parto no dia seguinte. Minha PA tinha subido um pouco, estava me sentindo bem desconfortável e os exames apontavam que minha placenta estava envelhecida.

A terça-feira passou muito depressa, primeiro porque minha irmã caçula sofreu um acidente (despencou da escada na casa do meu pai). Eu levei um susto muito grande e passei mal, mas graças a Deus tudo correu normalmente.

Internei no hospital às 18h e subi para o centro cirúrgico às 19h30 mais ou menos. NO quarto a minha espera estavam minha irmã e seu namorado, minha sogra e minha cunhada e minha mãe. Meu pai e meu marido foram até a porta do centro cirúrgico comigo.

Todos os procedimentos foram feitos rapidamente, a anestesia pegou rápido e quando chegou às 20h10 da noite do dia 5 de janeiro, escutei o tão esperado choro da minha menina.

Letícia nasceu berrando forte. Com movimentos intensos, cor rosada, 46 cm e 2,5 kg. Quando a trouxeram para o meu lado, logo após a primeira limpeza rápida das vias respiratórias, eu olhei aquele monte de cabelo e disse: oi filhinha, bem vinda ao mundo! Depois disse para mim mesma: Letícia, você é de verdade!

Sim, porque apesar de nove meses dentro do meu ventre, a realidade de tê-la ali ao meu lado não pode ser comparada a nenhuma outra sensação de realidade.

Os primeiros momentos após a cirurgia foram muito tranqüilos. Meus pais e meu amado marido me esperavam logo na saída do centro cirúrgico. Como foi bom ver a expressão deles. Meu marido me beijou, fez um carinho em meu rosto e disse: ela é linda, sua cara, me apaixonei por ela no instante que a vi, meu coração disparou!

Bem, todas as informações dele eram verdadeiras, exceto a que Letícia é minha cara. Para ser justa ela tem meu nariz, mas é a cara do pai! Tem os olhos puxados como dele, e faz uma encenação para abri-los quando acorda,m abrindo primeiro um, fechando de novo, depois o outro, tudo bem devagar, exatamente igual ao pai dela quando acorda! Tem a expressão facial dele, as mesmas caretas (com exceção do bico, que faz igual a mim quando está dormindo).

Eu fiquei um pouco assustada por ela ser tão pequena e magrinha... minha barriga era muito grande e esperava um bebe de uns 3,5kg. Mas meu médico disse que eu tinha era muita água e a placenta envelhecida no fim da gravidez dificultava o ganho de peso. Agora aqui ela está pronta para engordar!!!

O pediatra deu nota 10 para ela, apesar de pequena e esbelta muito saudável. Após ficar no berço aquecido por algumas horas, foi levada para o quarto no início da madrugada e eu mesmo deitada devido à anestesia, fiz questão de colocá-la ao peito, onde ela começou logo a sugar! Falei muito nessa primeira noite. Ela chorou um pouco, mas se aquietou quando minha mãe a colocou deitada nos meus braços e assim dormimos a primeira noite juntinhas, agora, eu também sentindo o calor do corpo dela.