quinta-feira, 20 de maio de 2010

Confiança

Eu sempre achei que a confiança devia ser primordial. Talvez porque minha natureza seja acreditar sempre na bondade humana, apesar de saber que há maldades no mundo. Mas primeiro confio, e só depois de motivos fortes, deixo de confiar.

O problema é que muitas vezes isso gera decepções. Então me pergunto se não seria mais fácil ser pessimista e desconfiar de tudo e todos sempre. Para só depois, de muitas 'provas' possa confiar. Talvez essa fórmula seja menos dolorosa e complicada mas não sei se é a mais certa. Afinal, como viver em um mundo sempre desconfiando de todos que nos cercam?

Ainda estou confusa sobre o que ensinar para minha filha sobre isso. Como pedir para que ela confie em mim, se eu ensinar que deve desconfiar de todos? Como explicar que ela deve confiar em todos se no mundo existe tanta gente infiel?

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Letícia e as frutas

O paladar é algo incrível. Com ele podemos sentir a doçura, a amargura, o acidez...
Imagino como é para uma criança a descoberta de cada um desses sabores. A aventura proposta no consumo de uma fruta, de uma papinha, até do próprio leite materno.
Já percebi que Letícia gosta de aventuras. Enquanto amassava sua primeira banana, já contabilizada o exercício que faria para que ela engolisse, não chorasse, comesse toda a fruta conforme a mamãe havia planejado. Sob os olhos da avó parterna, do pai, das tias e da madrinha, fizemos uma comemoração pelo momento.
Ela cuspiu metade na primeira colherada. Não porque não tenha gostado (como ia perceber em instantes), mas porque ainda não está acostumada ao ato de engolir. No entanto, deu para perceber ao final da terceira colherada o quanto ela gostou da fruta. Ficou evidente, pois reclamava a cada demora para uma nova colher. Comeu tudo e quando acabou fez beicinho e chorou, querendo mais.
- Não pode bebê, é uma só por dia!
Gostei de ver o brilho nos olhos dela, e o apreço com que ela consumiu sua primeira banana! Doce não é minha filha? Como muitas coisas na vida!

Dia das Mães

Ser mãe é ter um dia especial só para você. Tudo bem que a data é meio comercial, mas não é por isso que não podemos transformá-la em algo especial.
O meu dia eu transformei em algo. Em uma comemoração pelo nascimento de minha filha e pela alegria que ela traz à minha vida. Ela ficou deitada comigo na cama, um bebê fofinho, com cheirinho doce. Ao abraça-la senti que não há amor maior no mundo!
Não posso deixar de agradecer ao maridão pelo presente, e pelo cartão lindo que me enviou, que dia na capa: Feliz Dia das Mães para minha Esposa.
É bom lembrar que somos três. Três almas unidas na graça de Deus para compartilhar o amor, a sabedoria, a amizade, a fé.
PS: ganhei presentes também! Tudo lindo!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Imaginação

Quando eu era criança não me importava em ficar de castigo. Talvez porque minhas melhores brincadeiras, aquelas das quais eu mais gostava e sentia-me feliz eram realizadas na minha imaginação.
Certa vez, ao me colocar sentada no sofá após uma briga com minha irmã, minha mãe disse que eu estava proibida de brincar e era pra ficar quieta ali. Eu respondi com um "Não tem importância posso ficar presa aqui mas sou livre na minha imaginação".
Não sei de onde tinha essa consciência, mas até hoje deixo minha imaginação livre para viajar. Quando estou com um problema, algo está errado, não está a contento, me pego a pensar vivenciando aquela situação de forma diferente.
Espero que Letícia também seja assim. Não a ponto de distorcera realidade, mas quero que tenha uma mente livre para sonhar, para vivenciar, para transformar o imutável. O que seria da vida sem imaginação?

sábado, 1 de maio de 2010

Separação: breve, mas dolorida

Há quase um ano eu descobri que estava grávida. Desde então tenho vivido intensos momentos de alegria, onde o amor conforta meu coração e a felicidade já nãoé mais uma utopia.

Aqui, já falei de amor. Falei sobre como eu e meu marido aguardávamos a chegada de nosso bebê. Contei a emoção de descobrir que era uma menina e do porquê ela se chamaria Letícia.

Mostrei os preparativos para sua chegada, cada detalhe de seu quarto, de suas roupinhas, do lar que ela teria.

Falei sobre minhas expectativas, meus sonhos, desejos e anseios para ela. Descrevi como foi sua chegada, seus primeiros dias, seu desenvolvimento nos primeiros meses.

Agora chegou uma hora necessária. O momento em que não estaremos 24h por dia juntas. O momento de voltar a trabalhar, ingressar no cotidiano corrido, pensar em estratégias, em mudanças, em desenvolvimento pessoal, enfim, em trabalho.

Serão seis horas por dia longe de minha filha e ainda não sei como conseguirei suportá-las. Fiz um pequeno treinamento na última semana. A deixei por duas ou três horas por dia com os futuros cuidadores.

Ela se adaptou bem. Eu nem tanto.

No primeiro dia, assim que a entreguei nos braços da tia da escola ( com uma certa relutância vale dizer), entrei no carro e consegui dirigir até a esquina. Parei o motor porque meus olhos estavam embaçados e chorei copiosamente por uns 10 minutos. Liguei para meu marido para dizer o quanto aquilo me doía, mas sabendo também o quanto é necessário.

Não é fácil deixar, mesmo que por algumas horas, nosso maior tesouro sob guarda de outrem.

Muitos vão dizer que são apenas alguns momentos, mas para mim, é uma separação. Breve, mas muito dolorida.