terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Quase um ano

O tempo passa muito depressa. Antes eu não tinha essa sensação, agora, conforme vejo Letícia crescer sinto como se o tempo voasse como o vento, rápido, forte, implacável.

Desde que minha pequena nasceu minha rotina mudou muito. Nos últimos meses, devido a diversos compromissos não consegui nem atualizar o blog com suas peripécias, mas agora, perto das férias, monografia entregue, obra quase concluída, a diversão tem sido preparar sua festa do primeiro aniversário.

Muito se passou desde a última vez que passei por aqui. Letícia saiu do peito. Foi uma transição fácil, mais dolorosa pra mim que pra ela, que não teve nenhuma alteração no comportamento por causa disso. Em um domingo, logo após completar dez meses, ela saiu engatinhando atrás de mim e desde então, não para um minuto e vai onde quer.

Começar engatinhar tem seus problemas. A atenção é dobrada, mas apesar de todo zelo e cuidado dos pais ela levou seu primeiro tombo. Confesso, até hoje foi o dia mais triste e desesperador que enfrentei ao lado dela. Nosso cansaço nos fez dormir, e a sua esperteza a fez engatinhar para sair da cama, sem limites ela tombou. Médico, raio X, mas graças a Deus, que sempre está ao nosso lado não foi nada, mas o susto basta.

Agora, ela fica de pé e anda pela beirados dos móveis, ontem levou um novo tombo ao tentar ir de um para outro sem segurar. Levantou, chorou, riu, está aprendendo seus primeiros passos, levando os primeiros tombos, de uma vida, que espero eu, não tenha muitos.

Letícia é o próprio retrato do significado do seu nome, uma criança alegre, risonha para todos, que gargalha a menor graça que fazemos pra ela. Tem todos os traços possíveis do pai. A boa, os olhos, o cabelo, as mãos e pés compridos, a magreza. Da mesma maneira, possui todos os traços da personalidade da mãe, no caso eu: é mandona, quer ser o centro das atenções e não gosta de ser contrariada. Por isso, anda meio birrenta, mas até eu ensiná-la a canalizar tudo isso de uma maneira menos birrenta e mais produtiva.

É engraçado e gratificante nos vermos nela. Mesmo quando são defeitinhos. Não há como disfarçar o sorriso, quando ela faz algo que a deixa parecida conosco, mesmo que seja uma arte.

Não existe maior riqueza no mundo do que ver os filhos crescerem e aprenderm cada coisa nova. Escuta mamã, papai, vovó, tchau, qué, e todas as outras síbalas que nos fazem querer decifrar esse linguajar único que só os bebês possuem.

Enfim, já são quase onze meses e meio, tempo esse que passou depressa, mas com o qual muito aprendi.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Vida, nova vida

Há nove meses, eu não sabia que seria tão feliz, mas a maternidade faz isso.
Nesses nove meses passei a encarar a vida de uma maneira um tanto diferente, menos individualista. Percebi que algumas coisas fúteis da vida precisam ser deixadas de lado. Não vale a pena brigar por bobagens e dar importância a coisas tã pequenas que só servem para nos deixar aborrecidos, cismados.
Infelizmente, às vezes as pessoas se preocupam muito com que as outras pensam, e pior, com que as outras fazem, ao invés de se preocupar com os próprios pensamentos e ações. Ficam medindo e comparando a própria vida com a alheia e por isso se frustram, se aborrecem, ficam enciumadas.
Ser mãe, me ensinou que tudo na vida acontece ao tempo certo. Desde que nascemos somos diferentes. Cada criança tem seu desenvolvimento. Aprende a sentar, engatinhar, andar, falar, conforme seu organismo e sua inteligência se expandem. Não existe data certa. Cada uma tem o seu próprio tempo.
Então porque quando crescemos queremos nos nivelar com os outros? Se soubessemos respeitar o próprio espaço e o alheio, evitaríamos muito dissabores.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Um mundo de descobertas

Quer saber como Deus é bondoso com a humanidade?
É simples, basta observar o desenvolvimento de uma criança. Imagine que no útero ela tem pouco o que ouvir, a não ser o martelar do coração de sua mãe. Também vê muito pouco, toque apenas a parede do útero materno, mas quando nasce, tem a sua volta um mundo cheio de cores, sons e sentidos.

A cada dia, uma nova descoberta. Existe prazer maior? Basta olhar para a criança para perceber sua alegria em encontrar algo de textura macia, ou áspera, sentir na boca seus brinquedos, explorar com seus dedinhos o rosto da mãe, do pai, dos familiares.

Sim, a vida é cheia de descobertas. Quando crianças vivenciamos isso de maneira completa. A cada nova sílaba pronunciada, a cada novo passo dado. Escalar os objetos é prazeroso. Ouvir o riso materno é prazeroso, sentir o sabor de uma nova fruta também é.

Que pena que quando crescemos tendenciamos a esquecer que o mundo é cheio de descobertas, mesmo para nós adultos.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Eita mundo

Quando vejo o olhar inocente de minha filha, rindo de cada gesto que eu faço, me dá uma vontade de inventar um remédio que a impeça de crescer. Todo o mundo dela é colorido, cheio de alegria. Se alegra com meu olhar, com meu sorriso, quando eu canto, danço ou simplesmente olho para ela.
Sorri quando vê alto que a interessa, quando percebe que será alimentada, enfim, para ela não há dissabor algum no mundo. Suas tristezas se resumem à demora da mamadeira, à fralda suja ou uma pequena vontade não atendida.
Que dó me dá m saber que conforme crescer ela verá tantas coisas no mundo da qual não gostará. Infelizmente faz parte da vida. Só posso desejar e lutar para que as coisas boas, sejam em maior número.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Depois de seis, sete meses...

Durante a gravidez só pensamos neles: em como será o rostinho, os detalhes do corpo, a cor dos olhos, dos cabelos, o formato da boca.

Depois que nascem só pensamos neles: será que tem fome? Será que está com frio? Será que está confortável?

Assim, como mulheres acabamos ficando um pouco de lado em nossas necessidades básicas. Manicure e cabeleireiro duas vezes por semana passam a se tornar inexistente. Falta tempo. Falta tempo para ler um bom livro, navegar horas pela internet, cuidar dos serviços domésticos. Mas nem isso parece abalar nossa convicção absoluta de sermos mães heroínas, vivendo só para os filhos e a felicidade deles.

Dei um pequeno basta nisso quando minha boneca completou sete meses. Não, não a abandonei, nem neglicenciei, nem a coloquei de lado. Só passei a me preocupar mais comigo mesma. Com o meu bem estar. Com a cor e a maciez do meu cabelo. Com as cutículas das unhas, com meu corpo.

Agora divido a atenção com minha filha e minhas obrigações de mulher. Entrei no pilates, comecei a voltar a forma antiga. Mudei minha alimentação, que passou a ser durante a semana praticamente 100% vegetariana.

Senti um pouco de culpa no começo. Agora que me sinto melhor, mais mulher. Agora que me sinto mais feliz, consigo torná-la mais feliz.

A Primeira Doença

Fiquei um tempo afastada do blog. As mães hão de compreender o quanto é difícil administrar casa, filho, trabalho e internet!

Nesse período aconteceram coisas boas e outras que me deixaram apavorada. Entre elas, a primeira doença de minha pequena filha. Foi nas férias de julho. Do nada uma pneumonia. Imagina o pavor a ansiedade, o medo, as noites sem dormir. Apesar de todo o cuidado, todos os agasalhos, mesmo trancada em casa a menina ficou doente. Isso deprime.

Não há nada no mundo mas doloroso do que ver os olhos de seu bebê sem brilho. Ainda mais quando se trata de uma menina tão alegre e sapeca como a minha. Graças a Deus foi só um susto.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Tudo a seu tempo

Dias atrás recebi a visita de uma amiga de infância. Daquelas de unha e carne, com a qual vivia grudada até o dia, em que sabe-se lá o motivo, brigamos e paramos de nos falar. Foram anos de distância até nos cruzarmos há uns quatro anos e iniciarmos um retorno à velha amizade. Mesmo assim, foram poucas as vezes que nos vimos: uma saída juntas, uma no casamento da outra, até esta visita. Ficamos horas conversando, e até tentamos, em vão, lembrar o motivo da briga. Hoje nos falamos mais, nem que seja pela internet, mas prometemos não sumir novamente...

Isso me fez entender que algumas coisas fazem parte de nossa infância. Inclusive a imaturidade. Hoje, a tendência dos pais é exigir uma maturidade absurda das crianças. Tudo bem, o estímulo que elas recebem, a convivência cada vez maior com os adultos e o mundo de informações que elas encontram também colaboram para isso. Mas a verdade, é que os pais tendem a sempre exigir, cobrar resposabilidades, querer que o filho aprenda logo o certo e o errado. Pra quê?

Não sou menos feliz devido as pequenas bobagens que cometi quando criança.

Por isso, quero aprender a respeitar o tempo de Letícia aprender as coisas. Criança tem que ser criança. Tudo na natureza amadurece a seu tempo... e o ser humano também.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

E cinco meses se passaram

Dizem que o tempo passa rápido. O triste é que isso tem lá sua verdade. Ainda ontem, Letícia era um bebê que dormia quase o dia todo, não sabia nos olhar fixamente, só tinha o instinto de fome e de chorar quando precisava de algo.

Hoje a notei assistindo televisão com uma concentração única. Rindo quando fazia um barulho alto e fazendo cara feia quando entrava o comercial. Ela adora as Pistas de Blue. Meu marido diz que ela não entende ainda, mas ele não a observa todas as manhãs ficando brava quando o desenho acaba.

Esta manhã ele estava em casa e finalmente notou isso. Ficou espantado ao perceber que o desenho seguinte não chamava a atenção dela, embora as cores e as músicas também fossem vibrantes.

Letícia já sabe o que quer. Chama minha atenção quando quer falar comigo, fica irritada se não damos a atenção para ela quando quer 'falar' com a gente.

O tempo passa muito rápido. Outro dia ela apenas mamava, hoje se delicia com as papinhas de fruta, experimentando sempre um novo sabor e gostando de todos.

Vendo-a crescer a cada dia percebo como às vezes somos idiotas nos importando com coisas tão pequenas e superficiais, ao invés de vivenciarmos os sentimentos realmente importantes, uma vez que, como constado, o tempo passa muito rápido e quando nos damos conta, deixamos para trás várias boas oportunidades de encontrarmos a felicidade.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Confiança

Eu sempre achei que a confiança devia ser primordial. Talvez porque minha natureza seja acreditar sempre na bondade humana, apesar de saber que há maldades no mundo. Mas primeiro confio, e só depois de motivos fortes, deixo de confiar.

O problema é que muitas vezes isso gera decepções. Então me pergunto se não seria mais fácil ser pessimista e desconfiar de tudo e todos sempre. Para só depois, de muitas 'provas' possa confiar. Talvez essa fórmula seja menos dolorosa e complicada mas não sei se é a mais certa. Afinal, como viver em um mundo sempre desconfiando de todos que nos cercam?

Ainda estou confusa sobre o que ensinar para minha filha sobre isso. Como pedir para que ela confie em mim, se eu ensinar que deve desconfiar de todos? Como explicar que ela deve confiar em todos se no mundo existe tanta gente infiel?

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Letícia e as frutas

O paladar é algo incrível. Com ele podemos sentir a doçura, a amargura, o acidez...
Imagino como é para uma criança a descoberta de cada um desses sabores. A aventura proposta no consumo de uma fruta, de uma papinha, até do próprio leite materno.
Já percebi que Letícia gosta de aventuras. Enquanto amassava sua primeira banana, já contabilizada o exercício que faria para que ela engolisse, não chorasse, comesse toda a fruta conforme a mamãe havia planejado. Sob os olhos da avó parterna, do pai, das tias e da madrinha, fizemos uma comemoração pelo momento.
Ela cuspiu metade na primeira colherada. Não porque não tenha gostado (como ia perceber em instantes), mas porque ainda não está acostumada ao ato de engolir. No entanto, deu para perceber ao final da terceira colherada o quanto ela gostou da fruta. Ficou evidente, pois reclamava a cada demora para uma nova colher. Comeu tudo e quando acabou fez beicinho e chorou, querendo mais.
- Não pode bebê, é uma só por dia!
Gostei de ver o brilho nos olhos dela, e o apreço com que ela consumiu sua primeira banana! Doce não é minha filha? Como muitas coisas na vida!

Dia das Mães

Ser mãe é ter um dia especial só para você. Tudo bem que a data é meio comercial, mas não é por isso que não podemos transformá-la em algo especial.
O meu dia eu transformei em algo. Em uma comemoração pelo nascimento de minha filha e pela alegria que ela traz à minha vida. Ela ficou deitada comigo na cama, um bebê fofinho, com cheirinho doce. Ao abraça-la senti que não há amor maior no mundo!
Não posso deixar de agradecer ao maridão pelo presente, e pelo cartão lindo que me enviou, que dia na capa: Feliz Dia das Mães para minha Esposa.
É bom lembrar que somos três. Três almas unidas na graça de Deus para compartilhar o amor, a sabedoria, a amizade, a fé.
PS: ganhei presentes também! Tudo lindo!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Imaginação

Quando eu era criança não me importava em ficar de castigo. Talvez porque minhas melhores brincadeiras, aquelas das quais eu mais gostava e sentia-me feliz eram realizadas na minha imaginação.
Certa vez, ao me colocar sentada no sofá após uma briga com minha irmã, minha mãe disse que eu estava proibida de brincar e era pra ficar quieta ali. Eu respondi com um "Não tem importância posso ficar presa aqui mas sou livre na minha imaginação".
Não sei de onde tinha essa consciência, mas até hoje deixo minha imaginação livre para viajar. Quando estou com um problema, algo está errado, não está a contento, me pego a pensar vivenciando aquela situação de forma diferente.
Espero que Letícia também seja assim. Não a ponto de distorcera realidade, mas quero que tenha uma mente livre para sonhar, para vivenciar, para transformar o imutável. O que seria da vida sem imaginação?

sábado, 1 de maio de 2010

Separação: breve, mas dolorida

Há quase um ano eu descobri que estava grávida. Desde então tenho vivido intensos momentos de alegria, onde o amor conforta meu coração e a felicidade já nãoé mais uma utopia.

Aqui, já falei de amor. Falei sobre como eu e meu marido aguardávamos a chegada de nosso bebê. Contei a emoção de descobrir que era uma menina e do porquê ela se chamaria Letícia.

Mostrei os preparativos para sua chegada, cada detalhe de seu quarto, de suas roupinhas, do lar que ela teria.

Falei sobre minhas expectativas, meus sonhos, desejos e anseios para ela. Descrevi como foi sua chegada, seus primeiros dias, seu desenvolvimento nos primeiros meses.

Agora chegou uma hora necessária. O momento em que não estaremos 24h por dia juntas. O momento de voltar a trabalhar, ingressar no cotidiano corrido, pensar em estratégias, em mudanças, em desenvolvimento pessoal, enfim, em trabalho.

Serão seis horas por dia longe de minha filha e ainda não sei como conseguirei suportá-las. Fiz um pequeno treinamento na última semana. A deixei por duas ou três horas por dia com os futuros cuidadores.

Ela se adaptou bem. Eu nem tanto.

No primeiro dia, assim que a entreguei nos braços da tia da escola ( com uma certa relutância vale dizer), entrei no carro e consegui dirigir até a esquina. Parei o motor porque meus olhos estavam embaçados e chorei copiosamente por uns 10 minutos. Liguei para meu marido para dizer o quanto aquilo me doía, mas sabendo também o quanto é necessário.

Não é fácil deixar, mesmo que por algumas horas, nosso maior tesouro sob guarda de outrem.

Muitos vão dizer que são apenas alguns momentos, mas para mim, é uma separação. Breve, mas muito dolorida.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Uma nova língua

Hoje sei que aprendi uma nova língua. Não é inglês, nem espanhol, nem francês, mas sim a língua do amor materno. Só as mães a conhecem. Só as mães sabem identificar cada som emitido nessa língua e entender seu significado mais profundo.

Um humhu pode ser um pedido de carinho, um pouco de fome, um pedido de limpeza, uma vontade de brincar. Mas as mães sabem, conhecem cada sussuro, cada sílaba pronunciada.

Hoje sei que aprendi uma nova língua. A língua do amor.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Amor de mãe

Acordo todas as manhãs com a mesma imagem em minha mente. A imagem de um rostinho pequenino, com bochechas grandes e rosadas, nariz arrebitado e olhos puxados em tons esverdeados. É no rosto de Letícia que penso todas as manhãs.

A cada dia sinto como se ela mais me pertencesse. Não tem muitos traços como os meus, mesmo assim, vejo nela um pouco de mim. Seu sorriso pela manhã é encantador. Gosta de acordar cedo, e quando nos vê agita os braços e impulsa o pequeno corpo para a pegarmos.

Tudo nela me faz sorrir e me enche de alegria. Toda vez que a olho sinto um amor tão grande que nenhuma palavra pode expressar. Como pode um pequeno bebê mudar tanto a nossa vida, nos fazer refletir, nos alegrar e temer a mesmo tempo?

Não me canso de olhá-la, de acariciá-la, de beijar suas bochechas rosadas, de morder seus pesinhos gordos com meus lábios, de abraçá-la junto ao meu corpo e sentir seu cheiro doce.
Como o amor é de uma mãe para uma filha é maravilhoso! Ficará eternamente comigo, para todo o sempre e só quero atracés desa linha que um dia ela saiba disso, do quanto foi amada por mim.

3 meses

Minhas noites de sono não são mais as mesmas. Não que minha pequena criança a atrapalhe com choros e gritos. Ela é na verdade uma boa dorminhoca (como o pai), mas eu sinto a necessidade crescente de levantar durante a madrugada só para olhá-la, adimirar seu sono inocente, imaginar os sonhos que tem e o quanto ainda vai sonhar na vida.

Há três meses eu sei o que é o amor incondicional. E se antes, ao olhar aquele bebezinho frágil eu ja sentia uma alegria imensa, agora, quando chego ao lado do berço e ao encará-la sou retribuída com um sorriso, minha felicidade é maior ainda.

Letícia é boa de conversa. Balbucia o tempo todo quando está acordada, sorri quando sorrio, faz cara de assutada se brinco de estar brava. Ri alto quando danço ou canto para ela. Chama minha atenção se estou olhando para outro lugar. Ela precisa de mim, do meu amor, do meu carinho e da minha atenção.

Seu olhar é meigo, doce, amoroso, e me enche de satisfação. Fico orgulhosa com cada novo aprendizado. Ao ficar de bruços, já levanta a cabeça e olha tudo ao redor. Me acompanha com os olhos quando estou andando de um lado para o outro durante meus afazeres, mostra curiosidade por coisas coloridas e procura a voz do pai quando falo com ele pelo viva voz do celular.

Olhar minha filha e seu desenvolvimento é a sensação mais arrebataroda que já senti. Um amor imenso, sem restrições. Ah! Se fosse possível descrever o amor com fidelidade! O significado dele é tão amplo e intenso que mesmo os melhores poetas carecem de definição. Mas talvez, nós o encontremos em cada palavra que escrevemos, desde que sejam escritas com sentimento

quinta-feira, 18 de março de 2010

Amizade

Quero ensinar para minha filha o valor da amizade. Da verdadeira amizade não de um simples coleguismo. Terei que dizer a ela o quanto a vida é feita de altos e baixos e o quão importante são os amigos nesta hora.

No decorrer da vida aprendi que alguns amigos simplesmente estão conosco em todos os momentos, são recíprocos no sentimento, no companheirismo, no pensamento. Em compensação há outros tantos que vão ficando pelo caminho, porque nos decepcionaram.

Ela ainda é muito pequena, não sofre dissabores pois precisa penas dos pais e nós atendemos a todas as necessidades dela. No entanto, no decorrer da vida irá cruzar com pessoas que considerará amigas e se decepcionará com elas.

Infelizmente, as decepções faz parte da vida. O interessante é saber entender que as pessoas são diferentes e que elas precisam se respeitar. Um verdadeiro amigo é aquele que respeita as diferenças, não apenas aquele com quem temos todas as semelhanças.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Felicidade

Buscamos permanente a felicidade e parecemos, na maioria das vezes, incapazes de reconhecê-la em todas as coisas. Os grandes acontecimentos nos fazem felizes, mas as pequenas coisas do dia a dia podem nos fazer também.

Hoje, sei reconhecer a alegria das pequenas coisas. A felicidade plena em um simples sorriso. Talvez porque ao olhar para a inocência, eu veja o quanto as coisas são superficiais e passageiras. Os anos passam depressa e quando você percebe o tempo já passou e você não percebeu o quanto foi feliz enquando buscava a felicidade.

O Tempo

Há alguns meses, mesmo nos dias mais atribulados tinha tempo de pensar. Tempo para navegar na internet nos meus sites favoritos, tempo para ler dois livros por semana, para assistir minhas sérias favoritas, ir ao cinema, tomar café com minha amiga e conversar no msn.

Tinha tempo para acariciar meu marido enquanto contava como foi meu dia de trabalho. Tempo para planejar o que ia fazer no dia seguinte, como me divertiria no fim de semana.

Ainda não aprendi a admnistrar meu tempo com minha filha. Nenhum planejamento costuma dar certo. Ontem, acordei pensando em dar uma geral no armário. Ela acordou indisposta, com intestino solto, queria colo o tempo todo.

Navegar na internet às vezes dá. Consigo ler algumas coisas usando apenas o mouse. Mas o raciocínio fica um pouco mais lento... o que sinto mais falta e da leitura. Me esticar no sofá com um bom livro e mergulhar no romance. Coisas que voltarão com o tempo, conforme ela for crescendo e se tornando mais independente.

Enfim, tudo é questão de tempo... o tempo

Dois meses se passaram

Nós esperamos nove meses para a chegada do bebe e depois que eles chegam o tempo voa!

Minha pequena boneca já completou dois meses e a cada dia seu desenvolvimento é latente. ela já me reconhece e reserva para mim seu sorriso mais especial. Também sorri para os outros, mas é para a mamãe que ela dedica seu olhar mais carinhoso.

Aprendi a identificar as várias maneiras dela chorar. Qanto tem fome balbucia sons que parecem dizer 'mama', quando sente dor, grita estridente, se mexe toda e fica vermelha. Quanto está molhada ou suja, chora impertinente. Quando está fazendo manha faz beicinho e estica os braços como se quisessem que a pegasse.

Essas pequenas criaturas de Deus aprendem tudo muito rápido e deixam os pais maravilhados a cada descoberta.

Agora ela já dorme praticamente a noite toda, mas a mãe ainda não. Esta levanta no meio da madrugada só para ver a bebezinha dormir, sentir sua respiração, verificar a temperatura, se está quente, frio. Enfim, vigia o sono da inocência.

Bebês choram, mas a minha escolhe um horário em particular para fazer isso. É como se fosse um despertador interno que não delisga e soa sempre ás 20h (ás vezes um pouco depois). Dura umas 3 horas entre chochiladas e choros até finalmente pegar no sono até a manhã seguinte.

Mas faz parte. Embalar, não dormir, se preocupar, isso tudo é um pouco de amor.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Rotina

É engraçado com a vida muda depois da maternidade. Lembro que quando algumas amigas tiveram filhos, eu fiquei um pouco irritada, pois o assunto preferido delas era o bebe. Não falavam amis de política, cinema, novelas, notícias, etc. Me pergutnava como alguém poderia conseguir tornar-se tão sem assunto de uma hora para a outra.

Hoje, entendo perfeitamente e me encontro na mesma situação. E o motivo é muito simples! Não dá tempo para mais nada a não ser cuidar do nosso bebê.
Minhas leituras, navegar pela internet, assistir ao noticiário, se antenar no que acontece no mundo, atualizar o blog, estão tudo fora da minha rotina, pelo menos por enquanto. A verdade é que não imaginamos o quanto o nosso cotidiano é afetado por esses serzinhos amados até que eles cheguem e transformem tudo ao nosso redor!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Não me lembro como era a vida sem você

Foram nove meses inexplicáveis. Misto de ansiedade e medo, paixão e loucura, ternura e amor. Quando nossos bebês estão dentro da gente, as sensações são maravilhosas, intensas, ternas e profundas. Nada é mais maravilhoso do que sentir cada chute, cada pequeno movimento, e sonhar, dia após dia com o rosto daquilo que será nossa razão de viver.

Hoje, Letícia completa um mês de vida, mas eu já não consigo lembrar como era a vida sem ela. Minha filha está presente em cada minuto da minha existência. Não existe mais o nosso tempo, a nossa hora. Tudo gira em torno dela, de suas necessidades.

Toda mãe, sabe como o primeiro mês é difícil. O meu não foi diferente embora acredite que tenha sido um pouco mais brando porque Letícia é uma menina muito saudável, mama bem, não sente cólicas, nem dor alguma. Só chora quando está com fralda cheia, quando está com fome ou com aquele soninho. Mama apenas no peito, em média de duas em duas horas, o que impossibilita mais do que uma hora de sono. Acredito que ao toto, durma umas 4 ou cinco horas por dia, todas elas picadas. Dá para imaginar o tamanho das minhas olheiras, a intensidade das minhas dores musculares, o meu cansaço extremo.

Já chorei de desespero em alguns momentos, já fiquei estressada de sono, mas quando olho aquele rostinho angelical dormindo, ou aqueles olhos esverdeados me mirando com tanta segurança, sinto um amor inexplicável, e todo o mal estar passa como um passe de mágica e faz tudo valer a pena. Letícia faz cada pequeno sacrifício valer a pena.

Isso é ser mãe. Agora entendo quando a minha mãe dizia "você vai entender quando tiver seus filhos", porque essa é a pura verdade. Só se entende a mãe da gente quando nos tormamos mãe. Quando percebemos como podemos amar incondicionalmente um pequeno ser que dá tanto trabalho, mas ao mesmo tempo tanta alegria e amor.

Sinto um amor tão grande que fica difícil explicar. Assim como cada vacilada que dou, por inexperiência com bebes, dá uma dor no coração imensa.

Agora não sou apenas eu, agora sou eu e ela e o pai dela. Uma família completa, uma vida completa, uma mulher completa.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Amamentação

Amamentar é uma das coisas mais gostosas do mundo. Saber que seu próprio corpo é capaz de nutrir e sustentar seu filho é uma sensação indescritível que só quem já passou sabe.

Nos primeiros dias é um pouco difícil. Você tem medo de não ser capaz, primeiro teme que o leite não desça, sofre ao ver seu bebê chorando e a dificuldade do colostro sair. Depois teme não suportar a dor, porque sim, os primeiros dias dóem, logo seu bico fica esfolado e ardendo.

No meu caso usei uma santa pomada dada por uma amiga e um protetor de silicone para os seios, que ao gelar dava um alívio imenso.

Passado os primeiros momentos de tormento, é só alegria!!! A sensação é mesmo maravilhosa e agora entendo quando as mães querem adiar o máximo o tempo de desmamar seus bebes.

Quando Letícia está comigo, sinto uma ligação maior do que quando estava dentro de mim. Um amor imenso, incondicional.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Os primeiros dias

Hoje é dia 9 de janeiro, e minha pequena tem apenas 4 dias de vida. Confesso que ainda estou meio desnorteada, a mudança na vida da gente é muito brusca. Enquanto ela dorme fico olhando e pensando em como Deus pode ser tão perfeito. Duas pequenas células e um ato de amor para o surgimento do ser mais complexo que já existiu. Temos idéias, pensamentos, sentimentos, necessidades físicas. Nascemos sem saber nada, na teoria, mas na prática nos mostramos pequenos seres cheios de vitalidade e instinto.

Letícia passou seu primeiro dia tranquilamente. Recebeu muitas visitas, sugou o primeiro alimento de meus seios e mostrou saber quem é a mãe dela. Ok, também soube logo quem era o pai, pois se aquietou nos braços dele de uma maneira tão aconchegante...

No entanto, a segunda noite foi um pouco mais difícil. Acredito que a pequena estava com fome e o colostro não era suficiente para sustentá-la. Chorou, chorou, fez birrinha, só ficava um pouco quieta quando estava no colo. Eu, meu marido e minha mãe nos revezamos em uma noite que não parecia ter fim. Consegui adormecer por volta das seis da manhã e quando o pediatra chegou às 9h para vê-la já estava de pé novamente. Ah... esqueci de contar como foi a primeira levantada da cama...

Então, foi bem tranqüila, não senti enjôo nem dor, apenas uma sensação de repuxar no abdômen. Tomei banho sozinha e em pé e só precisei de ajuda para me vestir porque abaixar era um pouco difícil.

Voltando a contar sobre o segundo dia da Letícia...

Depois daquela noite ela ficou a manhã de quinta-feira toda bem quietinha, só resmungando na hora de mamar. Tivemos alta do hospital na hora do almoço. Ela fez o teste da orelhinha, depois de uma certa resistência e passou com tranqüilidade. Depois foi furar a orelhinha para por os brinquinhos que tia Karina deu. Gritou um pouco, mas ficou quietinha logo.

Letícia é no geral boazinha, mas não gosta muito que fiquem mexendo nela. Chora quando toma banho na maioria das vezes, e só fica quieta se você conseguir mexer o mínimo possível nela na hora de trocar. Faz cocô o dia todo!!!

A terceira noite foi mais tranqüila que a anterior. Ela acordou apenas para mamar e deu pouco trabalho, passou a sexta-feira toda se revezando entre as mamadas, o banho e as trocas de fralda ( que são muitas). Foi um dia difícil apenas para a mamãe, que sentiu os seios muitos duros e pesados, e um certo incômodo nos pontos.

Nesta última noite, a quarta que passo com minha boneca, ela ficou um pouco mais acordada depois das mamadas, mas o pai a entreteve com um embalo gostoso. Eu acordei para amamentar e o marido se encarregou de colocá-la para dormir após as mamadas. Com isso, dormi bem melhor e me sinto mais disposta hoje. Tem hora que esqueço que operei e me movimento normalmente, aí sim, sinto umas pontadas de dor. O seio parou de doer a gora que o leite desceu e está bem mais líquido.

A recuperação da cirurgia está muito boa, exigindo apenas que eu me lembre de não fazer certos movimentos bruscamente. Aliás, tenho que aproveitar e agradecer minha mãe pelos dias que se dedicou a nós no hospital, à minha irmã enfermeira que tira todas as minhas dúvidas e economiza as ligações para o pediatra (do tipo, essa cor de cocô é normal? É normal ela mamar só isso? Etc, etc, etc) e principalmente agradecer todo o apoio, carinho e amor de meu marido, que a cada dia mostra ser um homem mais especial.

Amor, é por você que estamos vivendo este momento. E quando vejo vocês dois juntos, sua delicadeza para trocar as fraldas, sua paciência em pegá-la na hora do choro, seu sorriso quando ela abre os olhinhos e sua dedicação quando preciso de ajudar para me levantar, me vestir e outras coisas. Te amo muito!!!

Hora de nascer

Como se sabe a hora que o bebê vai nascer? Acredito que muitas mães perguntam isso a cada consulta para o médico. No entanto, talvez dentro delas, já saibam quando o dia vai chegar. Eu por exemplo, fui para a consulta do dia 4, certa de que sairia de lá com alguma informação diferente. Minha intenção era esperar o parto natural, mas algo me dizia que Letícia viria ao mundo um pouco antes. Minha sensação se confirmou.

Após os exames, o médico sugeriu que fizéssemos o parto no dia seguinte. Minha PA tinha subido um pouco, estava me sentindo bem desconfortável e os exames apontavam que minha placenta estava envelhecida.

A terça-feira passou muito depressa, primeiro porque minha irmã caçula sofreu um acidente (despencou da escada na casa do meu pai). Eu levei um susto muito grande e passei mal, mas graças a Deus tudo correu normalmente.

Internei no hospital às 18h e subi para o centro cirúrgico às 19h30 mais ou menos. NO quarto a minha espera estavam minha irmã e seu namorado, minha sogra e minha cunhada e minha mãe. Meu pai e meu marido foram até a porta do centro cirúrgico comigo.

Todos os procedimentos foram feitos rapidamente, a anestesia pegou rápido e quando chegou às 20h10 da noite do dia 5 de janeiro, escutei o tão esperado choro da minha menina.

Letícia nasceu berrando forte. Com movimentos intensos, cor rosada, 46 cm e 2,5 kg. Quando a trouxeram para o meu lado, logo após a primeira limpeza rápida das vias respiratórias, eu olhei aquele monte de cabelo e disse: oi filhinha, bem vinda ao mundo! Depois disse para mim mesma: Letícia, você é de verdade!

Sim, porque apesar de nove meses dentro do meu ventre, a realidade de tê-la ali ao meu lado não pode ser comparada a nenhuma outra sensação de realidade.

Os primeiros momentos após a cirurgia foram muito tranqüilos. Meus pais e meu amado marido me esperavam logo na saída do centro cirúrgico. Como foi bom ver a expressão deles. Meu marido me beijou, fez um carinho em meu rosto e disse: ela é linda, sua cara, me apaixonei por ela no instante que a vi, meu coração disparou!

Bem, todas as informações dele eram verdadeiras, exceto a que Letícia é minha cara. Para ser justa ela tem meu nariz, mas é a cara do pai! Tem os olhos puxados como dele, e faz uma encenação para abri-los quando acorda,m abrindo primeiro um, fechando de novo, depois o outro, tudo bem devagar, exatamente igual ao pai dela quando acorda! Tem a expressão facial dele, as mesmas caretas (com exceção do bico, que faz igual a mim quando está dormindo).

Eu fiquei um pouco assustada por ela ser tão pequena e magrinha... minha barriga era muito grande e esperava um bebe de uns 3,5kg. Mas meu médico disse que eu tinha era muita água e a placenta envelhecida no fim da gravidez dificultava o ganho de peso. Agora aqui ela está pronta para engordar!!!

O pediatra deu nota 10 para ela, apesar de pequena e esbelta muito saudável. Após ficar no berço aquecido por algumas horas, foi levada para o quarto no início da madrugada e eu mesmo deitada devido à anestesia, fiz questão de colocá-la ao peito, onde ela começou logo a sugar! Falei muito nessa primeira noite. Ela chorou um pouco, mas se aquietou quando minha mãe a colocou deitada nos meus braços e assim dormimos a primeira noite juntinhas, agora, eu também sentindo o calor do corpo dela.